10 de mai. de 2011

A Verdade está lá fora (e lá em cima)



Saiu na BBC, mas achei o vídeo em uma resolução melhor aqui

Trata-se de uma obra-prima do fotógrafo norueguês Terje Sorgjerd, cujo vídeo foi filmado entre 4 e 11 de abril na montanha espanhola de El Teide - a mais alta do país. Eu não sabia, mas este é um dos melhores lugares para se observar o espaço. Ele utilizou a tecnologia timelapse, que acelera o tempo e produz imagens belíssimas. É também uma eficiente campanha turística para o local, e o melhor: viral e espontânea. Imperdível!






14 de abr. de 2011

Seção MAD - É óbvio que.. Mas no Brasil...


No Brasil nada é óbvio. Por aqui, o simples é complicadíssimo, porque o bom brasileiro tem medo de parecer simplista, embora as duas palavras não signifiquem a mesma coisa. Neste adorável país impera a necessidade de se justificar dizendo nada com coisa alguma, e não existem virtuoses neste quesito como os nossos políticos. Daí o absurdo rotineiro lido nas páginas de política dos maiores jornais do Brasil. Leio sobre esta ridícula discussão do plebiscito da proibição de armas e me encanto. Ah, Pátria amada, mãe gentil dos filhos deste solo: acuda, acuda, acuda! Como se o Congresso não tivesse coisas muito mais urgentes e necessárias para dispender energia e tempo. Li tanta incoerência nos últimos tempos que preciso surtar! Sobrou a alternativa de copiar o pessoal da Empiricus Research, que rotineiramente utiliza esse método da revista Mad para ilustrar de forma bem humorada - e quase sempre sarcástica - os seus pontos de vista. Um brinde a Lavoisier e Adams Óbvio, e vamos para minha seção Mad em homenagem ao way of life tupiniquim:

É óbvio que...o massacre do Realengo foi um caso excepcional de violência de um psicótico, e que seria muito mais simples combater a entrada ilegal de armas no país e aparelhar melhor as polícias e os sistemas prisionais...
Mas no Brasil...se propõe, no calor do momento, um plebiscito para desarmar a população sem sequer estudar as verdadeiras causas de morte no país por dados estatísticos confiáveis.

É óbvio que...flanelinha não é uma profissão, que a rua é um bem público pago com nossos impostos e que a polícia tem obrigação de prendê-los por extorsão...
Mas no Brasil... as pessoas se acostumaram a ponto de reclamar dos preços de R$ 80 cobrados pelos mesmos nas imediações do Morumbi no show do U2, mas não questionam mais a ilegalidade do ato em si. Enquanto isso, um jornal publica uma enquete sobre o assunto e uma das alternativas diz: "aceito pagar um flanelinha desde que esteja vinculado a uma associação".

É óbvio que... estradas com buracos e defeitos na pista devem ser consertadas com a mesma velocidade vista no Japão pós-tsunami...
Mas no Brasil...o governo simplesmente passa atestado de incompetência e coloca placas avisando aos incautos motoristas para dirigirem com cuidado, pois há buracos e defeitos na pista (oooohhh!!)

É óbvio que...jogar lixo nas ruas entope bueiros e bocas de lobo, ajudando a causar alagamentos nas cidades...
Mas no Brasil...as pessoas acreditam que é Nossa Senhora da Dragagem quem tem moral com São Pedro.

É óbvio que...um país com crescimento consistente como o do Brasil acaba tendo sua moeda valorizada pelo seu sucesso, e que é necessário fazer reformas (política, tributária, previdenciária, fiscal, judiciária...) e investimentos macro para que a competitividade de nossas empresas melhore, apesar do Real apreciado...
Mas no Brasil... tudo se resume a juros e política fiscal regada a truques contábeis, voodoo de autoridades empresariais e sindicais e um governo que quer assobiar e chupar cana ao mesmo tempo.

É óbvio que...dever-se-ia controlar melhor as fronteiras, endurecer as leis, rever relações diplomáticas com governos que apoiam narcotrafiantes e varrer os corruptos do poder para haver redução dos crimes relacionados ao tráfico de drogas...
Mas no Brasil...a discussão é manipulada pelos "proto-intelectuais" que erguem a bandeira da legalização como solução mais factível para a questão.

É óbvio que...se gastássemos mais com fiscalização e punição e menos com campanhas de conscientização de trânsito ou meio-ambiente, os resultados seriam muito mais eficazes (o ser humano, via de regra, só aprende pela dor)...
Mas no Brasil...a discussão é dominada pelos "proto-educadores", publicitários do governo e as gráficas com suas infames cartilhas.

É óbvio que...antes de querer sediar uma Copa ou Jogos Olímpicos o país precisa, no mínimo, ter um mínimo de infraestrutura já consolidada...
Mas no Brasil...a gente extirpa o complexo de vira-lata colocando carros na frente dos bois... aí espera sentado à beira da estrada que alguém venha socorrer.

É óbvio que...uma grande empresa como a Vale sabe avaliar os benefícios de se entrar ou não no setor de siderurgia, mesmo porque essa conversa de que devemos buscar agregar valor nas exportações nem sempre é verdadeira, como explica magistralmente o Alexandre Schwartsman...
Mas no Brasil...o governo acredita entender mais de qualquer coisa do que qualquer um, e danem-se os milhares de acionistas minoritários da companhia.

É óbvio que...pagamos uma carga tributária para termos direito à educação, saúde e infraestrutura...
Mas no Brasil...estes equipamentos são precários e utilizados pela massa que não tem condições de pagar pela segunda vez - leia-se escolas particulares, planos de saúde e rodovias pedagiadas.

É óbvio que...nós já sabemos de tudo, ou praticamente tudo isso...
Mas no Brasil...ninguém faz nada, deixa pros "outros" se virarem.

11 de abr. de 2011

A beleza e profundidade das charges

Sempre gostei de charges, tanto quanto de HQs. Adorava ver as charges dos irmãos Caruso no Estadão e ainda gosto muito das do Frank, publicadas diariamente n´A Notícia.

Na última semana, a tragédia de Realengo no Rio causou comoção nacional e internacional, e chargistas obviamente não se esquivaram do tema. Tanto quanto a arte, o que sempre me admirou nestes artistas é a argúcia e a capacidade de expor um assunto cotidiano ou extraordinário sob um ponto de vista inusitado, por vezes ajudando-nos a refletir sobre um outro lado o qual a notícia publicada não consegue alcançar.

Hoje, ao vasculhar o sítio A Charge On Line em busca de ilustrações para minhas apresentações das reuniões semanais de economia, deparei-me com três obras-primas que realmente me comoveram, tanto pela sensibilidade como pela criatividade. Seguem, abaixo:

Jarbas - Diário de Pernambuco

Dálcio - Correio Popular

Paixão - Gazeta do Povo

27 de mar. de 2011

Da série "Minhas Memórias"

Um mês de preparativos e a mudança finalmente está encaminhada. Dias encaixotando e carregando coisas para o novo apartamento, até que venha o caminhão "oficializar" tudo... Dias também para remexer em lembranças pálidas por meio das tralhas que a gente guarda por puro saudosismo. Dentre as relíquias encontradas, minha produção caseira de quadrinhos; a baqueta que o percussionista da banda do Ben Harper atirou pra galera e que caiu, fortuitamente, aos meus pés; recibos de salários do meu tempo de estagiário em uma agência de publicidade - meu primeiro emprego - e, principalmente, minhas fotos impressas, quando máquinas digitais eram peças de luxo. Também tive que me conter para não passar o dia relendo meus quadrinhos do Asterix e Calvin & Haroldo, sob risco de não cumprir o cronograma apertado.


Ao longo da vida, a gente vai juntando essas quinquilharias e a mudança é uma oportunidade rara de se livrar de uma considerável parte dela. Meus CDs de música, por exemplo, foram todos distribuídos. Na era do MP3, não faz mais sentido manter pilhas de discos mofando e juntando pó, ainda mais para quem sofre de rinite alérgica. Há quem curta e até prefira escutar nos discos, mas eu não sou nem um pouco saudosista neste aspecto.

Assim como as fotos, a organização dos discos também se tornou uma viagem tipo "Túnel do Tempo". Músicas são parte da nossa vida, impregnam as memórias e acabam se tornando referências e reflexos de nossas personalidades. E lá estavam eles, os meus quatro primeiros da coleção - presentes de Natal da época em que o Plano Real equiparou nossa moeda ao dólar e nos devolveu poder de compra. Uma época, também, em que a MTV brasileira chegava pela antena parabólica, e com ela, todas as novidades do cenário musical, pois naquela época a MTV realmente se ocupava de música. Lembro que a emissora concedia uma honraria aos astros de primeira grandeza, ao anunciar que os clipes de estreia seriam exibidos nas horas pares de um determinado dia. Guns N´Roses, Madonna, U2 e Michael Jackson foram alguns homenageados.

Mas eu estava falando dos 4 primeiros. Foram eles: Nevermind do Nirvana, Ten do Pearl Jam, Money For Nothing do Dire Straits e Automatic For The People, do R.E.M.. Todos eles se tornaram clássicos, e o mais desconhecido da lista hoje talvez seja o R.E.M., mesmo que o álbum tenha sido eleito um dos 3 melhores da década de 90, junto com o Nevermind e OK Computer, do Radiohead. Mesmo assim, "Automatic..." ainda é o meu favorito do quarteto. A partir dele, meu horizonte musical se abriu consideravelmente, já que ainda havia muita tribalização de gostos musicais da juventude da época, especialmente com rock pauleira em suas diversas vertentes. Caras que gostassem de todo tipo de som eram vistos meio que como aliens, e eu era um bom exemplo disso, embora não desse a mínima.

"Automatic..." foi uma experiência única, porque me apresentou um R.E.M., incensado com o megasucesso "Losing My Religion", como uma banda muito mais eclética e versátil do que eu  pensava. E tudo está ali - o piano de Mike Mills em Nightswimming, órgãos, violoncelo (como na belíssima Sweetness Follows) com as distorções elegantes de guitarra que se tornaram marca registrada de Peter Buck... As músicas do álbum, mesmo as mais agitadas, mantém aquela atmosfera introspectiva, permeada de imagens do interior dos Estados Unidos, e naturalmente sublinhada pela voz grave de Michael Stipe. É possível encontrar inúmeras referências a personalidades mortas de maneira trágica. Everybody Hurts é uma preocupação de Michael Stipe com a onda de suicídios que acometia os jovens da época, e dizem que Kurt Cobain, amigo pessoal de Stipe, escutou muito a música dias antes de se matar. Man On The Moon foi uma homenagem ao comediante Andy Kaufman - sim, aquele mesmo interpretado por Jim Carey no filme "O Mundo de Andy" - muito antes do filme sair. Embora digam que Find The River é uma homenagem póstuma ao jovem ator e ex-promessa de Hollywood, River Phoenix (morto precocemente ainda em início de carreira por overdose), isso não é verdade posto que a morte ocorreu dois anos depois do lançamento do CD. Mesmo assim, é uma das melhores músicas do álbum. 

Enfim, é um daqueles raros CDs em que você escuta do início ao fim, sem pressa nem vontade de pular uma faixa. Por isso mesmo, fica difícil escolher uma favorita... Coloco aqui, então, o vídeo que me apresentou essa obra-prima, Drive (clique aqui). Não me lembro direito, mas acho que esse vídeo também teve exibição nas horas pares no dia de sua estreia na MTV. Cheers!

7 de mar. de 2011

Mea Auten Brasiliae Magnitudo*


* "Também É Minha a Magnitude do Brasil"

Ser joinvilense é...
(singela homenagem pelo aniversário de 160 anos)

...ter uma relação paradoxal de cidade grande com infraestrutura pequena - ruas de calçamento e rede de esgoto tratado cobrindo apenas 10% do município.

...ter de “meiar” com a prefeitura os custos de asfaltamento da sua rua, apesar de todo o imposto que se paga.

...se perder num bairro mal sinalizado, porque até hoje não foram instaladas placas dos nomes das ruas em muitas delas - os administradores da cidade preferiram pintar os endereços em postes, tornando impossível a leitura com o carro em movimento.

...fazer chacota do Rio Cachoeira, do prefeito que prometeu tomar banho no rio ao fim do seu mandato quando, segundo o próprio, o rio estaria completamente despoluído.

...não fazer nada a respeito do mesmo rio, seja pelo desinteresse em verificar o seu próprio esgoto, ou de jogar qualquer tralha de casa em suas águas tão judiadas.

...sofrer de uma crise de identidade, por ainda acreditar na virtude da descendência germânica, cuja influência já foi diminuída há muito tempo pelas famílias de vários Estados que para cá se mudaram.

...honrar o município com  homônimos carinhosos - Chuville, Brejoinville, Penico de São Pedro - por causa dos seus já conhecidos e respeitados índices pluviométricos.

...ser solidário com os paranaenses pobres que invadiram a periferia da cidade e, hoje, recebem assistência através das inúmeras campanhas sociais.

...lamentar a atual mediocridade do nosso time de futebol e, ainda assim, manter acesa a paixão – os casamentos poderiam ser um pouco assim.

...sentir saudades do inverno naquele verão tipicamente abafado da cidade.

...sentir saudades do verão naquele inverno tipicamente úmido e escuro da cidade.

...ir a um boteco dos mais simplórios e encontrar magnatas da cidade tomando cerveja e jogando dominó.

...desaparecer da cidade nos finais de semana do verão (antigamente, era simplesmente desaparecer da cidade no verão).

...comer uma empada do Jerke; um strudel de maçã da Confeitaria XV; um peixe ao Sopp; um chapeado; costela na quarta ou na sexta-feira; rollmops com Serra Malte gelada no Zeppelin; caranguejo na época em que o jacatirão floresce; um filé de lombo suíno com molho especial do Indaial; frutos do mar com peixes típicos da região; empadão de frango e requeijão da São José...

...fazer jogging na calçada do batalhão porque a cidade não planejou seu grande parque municipal.

...temer o futuro do trânsito da cidade, também por conta da falta de planejamento estratégico urbano.

...lembrar com saudades de uma época de políticos servidores do município (e não o contrário) como seu Wittich (pronuncia-se “vítchi”) Freitag, o qual exigia dos funcionários não apenas probidade, mas também eficiência e corte de desperdícios com os recursos públicos.

...viver contando que morre de vontade de subir o Monte Crista.

...ter um jacaré com nome alemão (o Fritz) morando no rio da cidade, e dividindo o habitat fétido com seus comparsas Lacoste e Jaca - sem contar a fauna aviária que também teima em permanecer ali.

...também ser brasileiro, e ter que ouvir promessas ridículas e infactíveis de candidatos a prefeito, as quais sabemos que não serão cumpridas.

...ter uma Câmara de Vereadores onerosa e que se diz eficaz.

...admirar a zona rural da cidade e sua estrutura turística razoavelmente organizada, mas ir lá apenas uma vez por ano, se muito.

...conviver com as enchentes e se preparar com antecedência para apoiar as campanhas em favor dos desabrigados, pois o poder público contará com essa ajuda e, pacientemente, irá esperar a poeira baixar para que as promessas fiquem no vazio.

...morar na cidade das orquídeas premiadas; das damas-da-noite, com seu perfume inebriante de início de verão; dos ipês e seu espetáculo solo de duas semanas; das azaléias que dividem propriedades; dos lírios amarelos que ornamentam empresas e canteiros públicos;  dos jardins floridos e bem cuidados nas casinhas simples dos bairros outrora completamente residenciais.

...constatar que a especulação imobiliária tomou conta da cidade e, a continuar desse jeito, os adornos de morros verdejantes cedo ou tarde serão recordações de fotografias (quando isso acontecer eu caio fora daqui).

...dar risada dos incautos “forasteiros” que quase têm um enfarte toda vez que o avião arremete “por falta de condições” da pista do aeroporto - nós, como bons joinvilenses, já estamos calejados.


...trombar com os militares do 62º BI em suas corridas pela cidade entoando cânticos de patriotismo.


...dar um mergulho no Piraí e depois fugir dos borrachudos.

... já ter bebericado um copo de Maracujá Joinville.

...colher goiabas em fevereiro, e ameixas amarelas em agosto.

...tal qual um sapo, estranhar e até clamar por água quando passa um mês sem chover.

...tudo isso e muito mais, porém, como bom joinvilense, estou trabalhando em pleno Carnaval e, portanto, sem muito tempo para escrever. Porque joinvilense é assim mesmo: trabalha duro não apenas para o sustento, mas para a própria dignidade, mesmo que esta virtude esteja tão em baixa hoje em dia.

13 de jan. de 2011

I'm free to be whatever I choose





Recentemente, vi um comercial da Coca-Cola no qual um coral de crianças cantava esta música. Ela foi lançada somente como single, e não sei por que não entrou na coletânea do Oasis, The Masterplan (que foi justamente pensado para agrupar todos os singles lançados até aquela ocasião). Uma das melhores composições da banda, na melhor fase vocal de Liam Gallagher.


I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to say whatever I
Whatever I like
If it's wrong or right it's alright

Always seems to me
You only see what people want you to see

How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

Free to be whatever you
Whatever you say
If it comes my way it's alright

You're free to be wherever you
Wherever you please
You can shoot the breeze if you want

It always seems to me
You only see what people want you to see

How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Here in my mind
You know you might find
Something that you
You thought you once knew

But now it's all gone
And you know it's no fun
Yeah I know it's no fun
Oh, I know it's no fun

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright
Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright


11 de jan. de 2011

Rastejo Socrático





Ah, todavia!
Entre o sim e o não, mais para não seria...
Um parágrafo novo, ao final de três pontos estaria.
Talvez nas entrelinhas, cercada de proselitismo,
Amalgamada entre metáforas - e falso niilismo!
Mal disfarçando o sumum egoísmo (e a descrença)
Eu a quero antes do ponto final da sentença.

Ah, portento!
Não garanta a ela a certeza deste momento!
Seja dúbia, assim como a direção do vento.
Num discorrer meticulosamente não deliberado,
Seduza a verdade, não lhe dê o real significado.
Se elogios ao seu ouvido ela soprar,
Mutile a vontade, faça-a rastejar.


Sim, entrementes!
Gira o mundo, ela que não me enfrente!
Quanto mais longo o discurso, menos eloquente...
A mim pouco importa, contanto que tarde.
Honestidade incomoda, endivida o covarde...
Cerceia o momento, abdica do sentimento!
E no entanto, é o meu único testamento...